Olá, eu sou Majú Mendes, uma jornalista de 40 anos, em uma nova jornada de reconexão com as minhas emoções. Não me recordo quando escrever tornou-se mais do que um hábito. Sempre fui o tipo de criança pré-adolescente e adolescente que escrevia em diários. Além disso, na escola, eu adorava escrever histórias, também amava ler e sempre me encontrava pelos corredores de bibliotecas.
Eu realmente não sei quando foi que percebi que escrever era uma extensão dos meus pensamentos e sentimentos. Ao longo da minha vida sempre fui aconselhada a passar as emoções para o papel, como uma forma de terapia. Deve ser por isso que o jornalismo tornou-se opção, quando a vida me proporcionou um curso superior.
A minha escrita sempre foi humanizada, gosto de dialogar mais do que noticiar. Sempre tentei através dos textos e roteiros fazer com que a pessoa do outro lado se reconhecesse ou viajasse, da mesma forma que os livros me transportam para um novo mundo. Eu lembro do meu primeiro teste de leitura, aos 7 anos, era uma breve história de uma menina que comprava um pão. Recordo que enquanto lia, conseguia me ver na cena. Isso nunca saiu da minha cabeça. Textos não precisam ser frios. Para mim, a proximidade, a humanização e a sensibilidade são algumas das peças essenciais para uma comunicação mais assertiva.
Nos últimos anos a pressa do dia-a-dia e seus excessos foram esgotando a minha mente. Me sentia como um celular trabalhando sempre no modo reserva da bateria e que nunca conseguia completar totalmente a carga. Com o passar dos meses, a minha mente emitiu a conta e ela veio alta. Estou de licença médica, por transtorno de ansiedade generalizada devido ao estresse do trabalho, desde outubro de 2022.
Nesse período, já iniciei e parei diversas vezes o “Emaranhada”, que hoje finalmente apresento. A demora foi porque comecei a não acreditar na minha escrita, comecei a achar que estava me enganando todos esses anos, que era uma fraude. Ao longo dos últimos meses foram muitas medicações, muitas sessões de terapia e muitas dúvidas, mas não desistia de tentar escrever, pois sei o quanto esse processo me cura.
O Emaranhada poderia ser apenas um blog com os textos, mas eu resolvi falar e virou um podcast. Então no site você pode optar entre ouvir ou ler os episódios. Apesar que não sei se alguém terá interesse, porque - sério - estou fazendo isso muito por mim mesma, para lembrar a minha trajetória, o quanto sou boa nesse dom que foi dado por Deus e tudo que já fiz nessa vida. Preciso voltar a acreditar no quanto o meu texto é poderoso, o quanto a minha força é poderosa. O Emaranhada Podcast é sobre essa trajetória de reencontro e reconexão.
Nunca pensei que um dia os meus textos teriam como foco levantar a bandeira da importância de cuidar da saúde mental. Afinal, eu não sou especialista na área. No entanto, a partir do momento que passei a vivenciar essa realidade percebi o quanto o preconceito, a falta de entendimento e os julgamentos atormentam quem sofre com doenças psicológicas. Entendi que talvez o fato de eu ser uma pessoa comum, falando da minha própria experiência, pudesse inspirar, ajudar ou confortar alguém.
Se chegou até aqui, espero que de alguma forma eu consiga te ajudar. Se você também está enfrentando um tratamento, seja qual for o diagnóstico, saiba que você não está sozinho e que juntos, aceitando ajuda e levando o conhecimento real, sem preconceitos, sem medo, sem vergonhas de julgamentos, nós iremos vencer mais essa página.
Seja bem-vindo ou bem-vinda ao Emaranha Podcast, por Majú Mendes.